Qual
seria a situação do Nordeste brasileiro, mais especificamente de Pernambuco, se
não houvesse ocorrido à expulsão (compra) dos holandeses?
Não
podemos imaginar o Recife hoje sem a contribuição dos batavos na sua formação.
O Recife, chamado pejorativamente de o “povo” era simplesmente um porto, muito
mal visto pela nobreza da terra, que tinha Olinda como sede da Capitania. Tudo era
emanado de lá.
É
inegável a prosperidade oriunda do período Nassoviano e mesmo depois gerando
assim diversas brigas entre as duas cidades, ou melhor, entre a cidade e o seu
oitão.
Não
fosse a contribuição de Nassau, não sei qual seria a situação do Recife hoje.
Vieram
cientistas, pintores, engenheiros, entre outros. E Olinda? Ela hoje não passa
de uma cidade dormitório e o Recife se tornou o grande centro.
Mas
vamos buscar lá trás algumas ponderações:
O
Recife cresceu e foi colonizada como cidade graças à visão revolucionária do
Príncipe de Orange e que colonização! Então pouco tempo, Nassau promoveu uma
verdadeira revolução, no sentido progressista da palavra e sem o mesmo, a
presença batava não teria sido muito diferente da dos portugueses, apesar de Pernambuco
ter tido muita sorte com os seus comandatários, desde há chegada de Duarte
Coelho até a independência do Brasil, pois aqui ocorreram grandes levantes.
A
colonização portuguesa, era como dizia um autor que agora não me recordo o
nome, “igual a caranguejo”, ou seja, só ficava andando de lado no litoral, e
muito poucas vezes procurou desbravar o interior. Não podemos dizer que com os
holandeses foi diferente, mas foi fortalecida, com um propósito definido, de
fazer ali uma nova cidade, capaz de aceitar as divergências religiosas e
conciliar a vaidade da Capital, com o trabalho do porto. Olinda perdeu o bonde
da história e os recifenses aproveitaram a situação e os investimentos batavos
(judeus) e surgiu fortalecida.
Mas
voltemos ao título, será que se Nassau não tivesse dado início ao seu sonho de
tornar aqui uma cidade próspera como estaríamos? Será que teríamos tido tantas
revoluções? Nunca saberemos, mas onde ele passou trouxe progresso, artes fora
outras tantas benfeitorias realizadas num espaço de tempo tão curto, se
falássemos hoje iríamos dizer que ele era o “cara”.
Ao
invés de Nassau, se outro tivesse sido o comandante da investida “empresarial”
dos Países Baixos ao Nordeste brasileiro? Será que teria sido Recife a capital?
Onde estaríamos hoje? São respostas que nunca teremos, mas não podemos, nunca,
deixar de registrar todo o legado que o general, comandante, administrador e
acima de tudo um pacificador, um homem a frente do seu tempo, João Maurício de
Nassau Siegen, nos deixou de herança. Um homem que em pleno século XVII, já
pregava a tolerância religiosa, mesmo sendo uma estratégia, onde trouxe a
urbanização a um centro minúsculo em termos físicos, como o Recife e acima de
tudo soube conduzir um povo com rixas religiosas, culturais, preconceituosas.
Não
sou o dono da verdade, muito longe disso, mas para mim o Recife deve o que é
hoje a Maurício de Nassau.
É
óbvio que cabe aqui um estudo mais aprofundado, um debate que acho que deveria
ocorrer e na verdade nunca saiu do papel, se é que chegou até ele, mas a
contribuição é inegável, pelo menos no que concerne ao Recife, aonde o Príncipe
chegou e como dizemos: “foi amor a primeira vista” e que vista!
ACM
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