Ao
receber um artigo de um primo residente em Natal/RN, me deu, novamente, vontade
de escrever e matar um pouco da “inveja” que sinto neste momento de não ter
explicitado anteriormente minhas experiências em campo.
Há
algum tempo atrás, mas precisamente um ano, estive na casa de amigos em João Pessoa /PB e
aproveitei a oportunidade e fui a Cruz do Espírito Santo, município próximo a
capital, que fica margeando o rio Paraíba, um local belíssimo, tanto pela
beleza natural, quanto pelos aspectos históricos.
Fui
com o intuito de achar a Capela do Engenho Puxi de Cima, Capela de São Filipe,
buscando assim encontrar algo que me levasse aos meus quinto-avós, João de
Mello Azedo e Tereza Jesus Cabral de Vasconcellos.
Quando
da chegada, ao longe a beleza natural encanta, a Capela cercada de palmeiras
imperiais, traçando um caminho até a entrada principal da Capela. Ao
aproximar-se um pouco de decepção, pois hoje ela se encontra em meio ao canavial
e quando se ateia o fogo para a queimada da cana, método muito utilizado ainda
aqui no Nordeste, ela vai queimando junto e com isso a cada safra um pouco de
nossa história vai queimando com a colheita...
Por
que não preservar a nossa história tentando isolar a área que circunda a
Capela?
Aí
vem a resposta capitalista: - Vamos perder área de plantio? Parece irônico, mas
o que deu origem a estas capelas e engenhos e o mesmo elemento destruidor!
É
lastimável, que ao chegar cada vez mais próximo vimos a descaso do Poder
Público, onde nossa história é perdida sem o menor constrangimento, logo após a
visita passei alguns e-mails para o Patrimônio Público, tanto na esfera
estadual, quanto na federal, mas em vão, até a presente data, nada! Puro
descaso.
Mas
continuemos, quando me deparei com a entrada da Capela, sentir uma sensação que
era um misto de satisfação, felicidade, emoções e expectativas de puder
encontrar algo, alguma informação que pudesse identificar os antigos
proprietários que deu origem a minha família materna, aquela expectativa
comparada com a de uma criança na ânsia de receber um presente ou uma festa
surpresa. Mas como dito anteriormente o descaso não deixou quase nada em pé,
nem as lápides pude reconhecer ou mesmo achar, o Altar-Môr, destruído ou
furtado, com as devidas imagens que deveria ter, pensei ainda em trazer um
pedaço desta história comigo, mas parece irônico, se eu pegasse algo era capaz
de ser preso pelo Patrimônio Histórico, por roubar ou descaracterizar o BEM
TOMBANDO, da vontade de rir, mas é a verdade, na hora de punir aparece logo de
várias partes, mas em preservar...
Quem
sabe um dia possa narrar aqui uma história um pouco diferente, quem me dera.
ACMA
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