O
título pode deixar um pouco vago ao leitor, afinal, poderia estar falando de
alguma personalidade, mas irei comentar a cerca de duas grandes Instituições
Pernambucanas que deveriam preservar estás personalidades: o Arquivo Público e o Instituto Histórico.
É
lamentável a atual situação destes dois baluartes da cultura e divulgação da
história pernambucana. Um totalmente esquecido e renegado aos poucos que ainda
se aventuram a tentar realizar suas pesquisas, isso quando o mesmo encontra-se
aberto, o outro com um acervo riquíssimo, não tão abandonado quanto o anterior,
em face de alguns abnegados que lutam para mantê-lo com dignidade.
A
função profícua do Arquivo, de gerador de informação, publicidade das obras,
que tão bem fez na época do governo do saudoso Barbosa Lima Sobrinho
(1948-1951), além disponibilizar os periódicos aos que necessitam destas
informações e acima de tudo realizar seu papel social de externar ao público em
geral o seu acervo.
Já
o Instituto, local de intelectuais, defensores do nosso patrimônio, que às
vezes alguns vereadores brigam em mudar nomes de ruas para simplesmente
homenagear este ou aquele novo “cidadão”, mas lá está o Instituto, imponente
lutando para manutenção de nossas tradições.
Quero deixar claro que não sou
contra a renovação, mas do que será da renovação se não existir a tradição?
Aqui
vale ressaltar o belo trabalho do Instituto com o projeto “A História nas Paredes”, que com muito esforço e algumas parcerias e colaboração, veem resgatando os nomes das ruas e contando um pouco de suas histórias
e assim tentando eternizar a história do nosso povo.
O
acervo do Instituto é imensurável. Catalogado? Não!
O
Arquivo até a época do grande Mauro Mota, ainda criava coisas boas.
Que
os políticos locais, com seus títulos, não nobiliárquicos, possam olhar para
este passado, do qual fazem parte suas vidas!
Do
que dizer Roberto Magalhães, se daqui a alguns anos nossos filhos não souberem
que foi Agamenon Magalhães? Ele ajudou para este esquecimento.
Joaquim
Francisco, quando perguntarem quem foi José Francisco Cavalcanti? Com I ou E?
Tanto faz!
Do
Eduardo Campos, quando o grande Miguel Arraes for lembrado apenas pelo novo
nome da Avenida Norte?
Marco
Maciel? Foi vice-presidente da República? Não sabia.
E
Ariano? Aquele grande “pernambucano” * torcedor fanático do
Sport.
Não
deixemos isso ocorrer meus amigos!
Possamos
mobilizar o movimento do MSC –
“Movimento dos Sem Cultura”, estão nos tirando o pouco que temos a felicidade e
honra de sermos Pernambucanos, com P maiúsculo.
Pernambucanos,
como Manuel Bandeira, quem me dera ir à Pasárgada!
Mauro
Motta, João Cabral, Gilberto Freyre, Agamenon Magalhães, Marcos Freire, Paulo Freire,
enfim todos os grandes pernambucanos que estão a caminho do “esquecimento”.
Este
texto é mais um desabafo por estarmos em tal situação.
Perdoe-me!
A História se faz com documentos.
Os documentos são provas que foram deixadas
pelos pensamentos e atos dos homens de outros tempos.
Entre os pensamentos e atos, muito poucos são os que deixam provas
visíveis;
e estas provas, quando existem, são raramente duradouras,
bastando qualquer acidente para apagá-las.
Agora, todo pensamento e todo ato que não tenha deixado
provas diretas ou indiretas, ou cujas provas visíveis tenham
desaparecido,
se tornam perdidos para a História:
são como se nunca houvessem existido.
Por falta de documentos, a História de imensos períodos
do passado da humanidade não poderá jamais ser conhecida.
Porque nada substitui os documentos:
onde eles não existem, não há História.
(autor desconhecido)
Texto retirado do artigo da Semira Adler
Vainsencher
Pesquisadora da Fundação
Joaquim Nabuco.
*
Aos desavisados Ariano Suassuna é paraibano, nascendo inclusive no Palácio do
Governo, quando seu pai exercia o cargo de Governador da Paraíba.
ACM
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